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Free Now e a Mobilidade do Futuro: Bruno Borges explica tudo

3 min de leituraInovação
Estivemos à conversa com o Diretor de Operações da Free Now. Os assuntos em destaque foram a retoma da economia, a digitalização da mobilidade e as tendências para o setor a médio prazo.
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Tendências na Mobilidade

1. Maior integração entre mobilidade, urbanismo e uso do solo.

No futuro, haverá mais zonas sem carros, onde poderemos caminhar e todos os serviços estarão no máximo a 15 minutos de distância.

Também os Planos de Mobilidade Urbana Sustentável poderão passar a ser obrigatórios. Isto será importante para interligar e integrar todos os meios de transporte de um município.

A intermodalidade tem que ver com o aproveitamento das vantagens que cada meio de transporte oferece, mas não só. Passa também pela criação de tarifários únicos que permitam usar diferentes meios de transporte.

Penso que no futuro iremos ter passes customizados às necessidades de cada consumidor. Por um custo fixo mensal, o consumidor poderá ter acesso a X minutos de trotinete, TVDE, Taxi, etc.

Bruno BorgesDiretor de Operações da Free Now

Com recurso à tecnologia machine learningo algoritmo conseguirá identificar a forma mais eficiente de cumprir o trajeto. Por exemplo, envolvendo a trotinete e depois o metro.

Assim, haverá maior eficiência e racionalidade na utilização dos meios de transporte e dos recursos energéticos.

2. Consolidação da bicicleta como meio de transporte.

A crescente criação de ciclovias vai favorecer o aumento da procura deste modo de transporte. Entre outras virtudes, a bicicleta é o meio de transporte urbano mais rápido para distâncias até 4 quilómetros.

3. Crescimento do sector elétrico da mobilidade.

O sector dos transportes é responsável por 25% das emissões carbónicas. Por isso, os fabricantes automóveis já só apresentam soluções elétricas. Devido às metas ambientais, também o setor público continua a transição energética das suas frotas.

Isso fará com no futuro exista procura e uma maior e melhor oferta. Ou seja, os veículos vão continuar a melhorar a capacidade das suas baterias e vão tornar-se mais baratos.

Quanto ao tipo de energia, Bruno Borges afiram que irá destacar-se aquele que apresentar mais vantagens. Quer seja a elétrica, quer seja o hidrogénio ou outro.

Entre elétricos e hidrogénio, não consigo dizer quem vai ganhar. Apesar de um deles poder vir a ter uma cota de mercado maior, ambos poderão conviver.

O Hidrogénio, por exemplo, tem a vantagem de serem menos poluente e demorar menos tempo a carregar. No entanto, o preço é mais elevado e existe falta de postos de abastecimento.

4. Consolidação de empresas da área da mobilidade.

Em 2018, havia nove empresas de micromobilidade a operar em Lisboa e Porto e neste momento são já poucas.

5. O Foco deixa de estar no motor e no design, mas sim no software.

Softwares mais sofisticados irão possibilitar a comunicação entre veículos.

Isto permitirá que estes circulem em comboio e, por consequência, que as estradas tenham mais carga. Logo, o tempo das deslocações tenderá a diminuir.

Bruno Borges alerta que estas tendências são sectoriais e que algumas serão mais evidentes em determinadas regiões do mundo ou mesmo exclusivas.

O Diretor de Operações da Free Now relembra, por exemplo, o caso na China, onde o Batery as a Service(BAAS) está a ganhar popularidade.

Esta popularidade deve-se, sobretudo, ao pagamento de valor baixo pela aquisição do automóvel. Mas, também à possibilidade de ter baterias sempre novas e carregada num curto espaço de tempo. A troca de bateria nas swap stationsdemora entre 3 a 5 minutos.

Comprar carro: Sim ou Não?

(...) o carro, enquanto elemento de status social, está a mudar. Cada vez mais, as pessoas querem deslocar-se entre o ponto A e B com eficiência.

As novas gerações têm mais preocupações com a sustentabilidade, ou seja, o equilíbrio entre a dimensão social, económica e ambiental.

Em consequência, a mobilidade como um serviço vai ser muito importante para estas gerações. Pois, estes não querem gastar 30% do seu salário num bem que utilizam em menos 10% do seu tempo.

As pessoas querem mover-se com eficiência a um custo reduzido e com baixo impacto ambiental.

Publicado a 5 de abril de 2021
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5 de abril de 2021
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