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Europa: Carro elétrico, um novo estilo de vida

3 min de leituraSustentabilidade
A mobilidade elétrica é uma realidade incontornável, facto sobretudo evidente para os europeus. A transição não está a acontecer à mesma velocidade em todo o mundo e a Europa é vista como continente líder deste processo. Neste artigo, olhamos para alguns aspectos desta liderança e a forma como é vista a partir de outras geografias.
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Muito embrenhados na nossa realidade, nem sempre nos damos conta do papel liderante que a Europa está a desempenhar na transição para a mobilidade elétrica. Mais do que uma simples alteração no automóvel, enquanto meio de transporte, o veículo elétrico (VE) representa já uma tendência e um novo estilo de vida. Este aspecto é muito destacado por quem nos vê lá de fora, ou seja por quem observa a realidade europeia a partir de outros continentes. É curioso como alguns media internacionais, como é o caso da Revista Valor, editada no Brasil, enfatizou recentemente o que se está a passar entre nós em termos de mobilidade. “O Continente (europeu) lidera, com folga, o ranking de mercados com maior participação de elétricos nas vendas de veículos; na Noruega, líder na lista, a fatia no mercado de novos chegou a 86% em 2021”, escreveu Marli Olmos. E acrescentou: “O carro que se abastece na tomada surgiu para ajudar a reduzir as emissões de carbono da atmosfera. Mas, para a indústria europeia, é também a etapa inicial de um novo estilo de vida, de conexão do carro com tudo o que funciona com energia elétrica na rotina de uma pessoa”.

As vendas de VE crescem em todo o mundo.

Apesar da instabilidade que o mundo tem vivido, as vendas de VE em 2021 duplicaram em relação ao ano anterior, com 6,6 milhões de unidades. Em 2022 a tendência manteve-se e os números globais terão ultrapassado 10,5 milhões de unidades. Os VE representaram quase 10% do mercado global de carros novos em 2021, o que equivale a quatro vezes a fatia de 2019, segundo o Global EV Outlook. “Os europeus lideram essa expansão” refere o mesmo estudo, que sublinha: “Dos 20 mercados com maior participação de elétricos nas vendas totais de veículos em 2021, 15 estão na Europa, sendo que as 12 primeiras posições pertencem a países desse continente. Na Noruega, líder no ranking, a fatia de elétricos no mercado de novos chegou a 86% em 2021”.

Menos incentivos.

Entre outros, o governo da Suécia, terceiro no ranking mundial de países com maior participação de EV nas vendas de carros, já anunciou a redução de incentivos à aquisição. A justificação tem que ver com os custos envolvidos neste programa de promoção da mobilidade elétrica. Fora da Europa, os EUA também anunciaram que vão reduzir incentivos, com os benefícios a serem limitados aos carros produzidos no próprio país. “Precisamos de chegar à paridade de preços (entre VE e a combustão). A indústria não pode viver em ambiente de subsídios por muito tempo”, disse o presidente mundial da Volvo, Jim Rowan. Fazendo a apologia dos VE, o responsável da marca sueca sublinhou que os subsídios não serão tudo e que “o elétrico faz menos ruído, tem menos vibração, menos peças e um custo de manutenção menor”. “Além disso, as novas gerações não querem destruir o planeta”, acrescentou. No mesmo texto que referimos atrás, a repórter Marli Olmos referia que “os europeus parecem não ter muito interesse em debates em torno de outras formas de descarbonização, como a indústria faz no Brasil em relação ao uso do etanol e outros biocombustíveis. Para eles, a eletrificação é óbvia”.

Nem a guerra atrasa a eletrificação.

Já muito se especulou sobre o impacto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia no processo de transição para a mobilidade elétrica. Ao contrário dos mais cépticos, Björn Annwall, Director Comercial da Volvo, diz que nem a guerra na Ucrânia, que levou à utilização de centrais termoeléctricas, não vai interromper a agenda da eletrificação. “O carro elétrico é apenas o ponto de partida de uma jornada e teremos desenvolvimentos bastante interessantes nos próximos anos”. Para Rowan, num futuro próximo e em contraste com o que se passa noutros pontos do planeta, uma das maiores virtudes do VE será a partilha da eletricidade que não for usada. Por exemplo, para iluminar a casa, carregar uma bicicleta elétrica ou o telemóvel".

Para além do que os números nos mostram e das metas definidas pela União Europeia, para a descarbonização do espaço europeu, é evidente a maior sensibilidade europeia para o tema da mobilidade elétrica. É verdade que o mundo não anda todo à mesma velocidade, mas seria desejável que esta tendência chegasse a todos os continentes. Ganhava o planeta, que se libertava de importantes emissões de carbono, e a qualidade de vida de muitas gerações.

Publicado a 24 de janeiro de 2023
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24 de janeiro de 2023
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