
Mobilidade Sustentável: Materiais amigos do ambiente no seu carro
A sustentabilidade há muito que faz parte das preocupações das marcas de automóveis, que estão a fazer grandes investimentos para incorporar materiais amigos do ambiente nos seus modelos. Sim, os carros que aí vêm serão cada vez mais sustentáveis. Cortiça? Plásticos reciclados? Venha daí. Fique a saber tudo.
Nem é preciso falar das alterações climáticas ou da situação de seca severa que a europa está a viver para nos darmos conta de que os temas relacionados com a sustentabilidade passaram a ter grande destaque no nosso quotidiano. Há muito que a indústria automóvel começou a fazer a sua parte, no sentido de propor a cada um de nós uma mobilidade mais amiga do ambiente. A parte mais evidente desse trabalho está relacionada com a opção por veículos elétricos (VE), em detrimento dos que utilizam combustíveis fosseis.
Muito além dos combustíveis
Não são só os motores que determinam a pegada ambiental de um automóvel. Por exemplo, um veículo elétrico (VE) não produz emissões quando está a ser conduzido, mas tem uma pegada ambiental relacionada com a sua construção e com o tipo de materiais utilizados. Apostada em diminuir esse impacto, relacionado com o processo produtivo e os materiais escolhidos, os fabricantes de automóveis têm feito um esforço de inovação enorme. Todos os dias, surpreendem-nos com novos tipos de materiais que sendo mais sustentáveis têm também muita qualidade e excelente performance. Ao mesmo tempo, também têm melhorado a as técnicas com vista à reciclagem e reutilização das matérias-primas de que necessitam.
5 materiais em destaque
Mas, na prática, o que está a ser feito, perguntará o leitor. Em concreto, dizemos-lhe que há pelo menos 5 materiais que já se destacam e que começam a ser muito utilizados, enquanto alternativas mais amigas do ambiente.
1. Têxteis Vegan
O couro está a começar a desaparecer dos automóveis. Está a ser substituído por um material vegan, produzido a partir de materiais biológicos e reciclados. Os têxteis, sem vestígios de origem animal, têm variado consoante as marcas, pois como é normal têm fornecedores diferentes.
Os VE da Volvo, por exemplo, têm um tecido produzido a partir de materiais reciclados, como garrafas de plástico, rolhas de cortiça e materiais biológicos das florestas nórdicas. Já a BMW, apesar de não deixar de oferecer interiores em pele animal, tem opções alternativas, como os materiais Alcântara e Sensatec. Tem apostado também na investigação de tecidos à base de fibras de cato e de outras plantas.
Um outro exemplo é o do Skoda Enyaq iV que oferece um pack em que os tecidos são de lã e poliéster reciclado, obtido a partir de garrafas de plástico.
2. Plástico, mas reciclado
Como todos já o sabemos, o plástico de utilização única tem um grande impacto no ambiente. Naturalmente, há muitos fabricantes automóveis a apostar na reciclagem deste material, que é depois integrado nos seus modelos. E se é verdade que nem todas as marcas estão a usar plástico reciclado, é bem provável - de acordo com a Euractiv - que em breve poderá haver uma regra da Comissão Europeia que obriga a utilização de plástico reciclado em determinados componentes de novos veículos.
A Volkswagen, no ID. BUZZ, a nova versão do ‘pão de forma’, utiliza garrafas pet recicladas para forrar bancos, piso e teto. A Ford deu uso às redes de pesca em nylon perdidas nos oceanos. Graças a um processo de reciclagem e produção próprio, fez o suporte de cablagens do modelo Bronco.
3. Aço verde, mais amigo do ambiente
A produção do aço tem por base energias fósseis. Mas as novas tecnologias já permitem criar aço a partir de hidrogénio e de energias renováveis, reduzindo assim as emissões de dióxido de carbono em 95%. A Salzgitter AG é uma das empresas que aposta na produção deste material e já terá mesmo um acordo para fornecer o Grupo Volkswagen.
4. Cortiça portuguesa, pois claro!
A cortiça é considerada um material sustentável, mais até do que a madeira. Trata-se de um bem renovável e a sua colheita não implica o corte de árvores, já que é retirada do tronco quando este já está bem desenvolvido (o que pode demorar até 25 anos). Depois, o processo pode repetir-se a cada nove em nove anos. Nos últimos anos, a cortiça começou a ganhar protagonismo entre os materiais utilizados na indústria automóvel. Já foi incluída no exemplar único do VE Mini Strip. Na aeronáutica, no avião elétrico da Rolls-Royce, também já foi tida em conta.
5. Componentes reciclados para fazer outros componentes
Apesar dos VE não produzirem emissões quando andam na estrada, o impacto das baterias é um tema recorrente. Outra questão é o lítio, um dos 4 metais que as baterias utilizam. A sua extração não é simples e o processo tem impacto no ambiente.
No sentido de mitigar este impacto, há já várias empresas especializadas em dar uma segunda vida às baterias. Há também quem procure reciclá-las, de forma a poder criar novas baterias. A Northvolt anunciou já que tinha produzido a sua primeira célula de bateria composta por níquel, manganês e cobalto reciclados de baterias velhas. A Nissan também já anunciou que vai criar uma fábrica orientada para a reciclagem de baterias.
Estes exemplos, que acabamos de descrever, são apenas uma amostra do que a tecnologia, a criatividade e a engenharia de materiais estão a conseguir fazer. A bem do planeta que habitamos e que queremos deixar para as próximas gerações, é desejável que este esforço se multiplique e que possamos chegar um dia à criação de automóveis 100% recicláveis. Sim, é um objetivo muito ambicioso, mas a capacidade inventiva do Homem também já nos mostrou que não há impossíveis. Aqui, neste seu blog sobre mobilidade, vamos continuar a acompanhar este tema que também de importância fundamental para a LeasePlan.