
Os jovens e os automóveis: Conduzir talvez, mas sem comprar
Os tempos mudam e os hábitos de vida também. Já lá vai o tempo em que comprar o carro era o sonho de uma vida. Agora, as gerações mais novas têm outras prioridades e preferem recorrer a serviços de subscrição de automóveis, para garantirem a sua mobilidade.
As gerações mais antigas lembram-se bem de como durante muitos anos, a posse de um carro tinha um valor simbólico associado. Era considerado um ritual de passagem para a vida adulta e oferecia diversas vantagens no dia-a-dia. Era, também, um dos principais símbolos de status social. Hoje, em sociedades mais modernas, como as da Europa Ocidental e EUA, os mais jovens parecem estar a afastar-se destas conceções. Preferem não ter veículo próprio, pelo menos se isso depender de um modelo de compra tradicional.
Razões para esta mudança
As transformações sociais que tiveram lugar nas últimas décadas, com impacto no mercado de trabalho, organização das cidades e na mobilidade, ajudam a explicar esta alteração de comportamentos. Mas vamos olhar para esses fenómenos com maior detalhe:
Consciência ambiental
As gerações mais novas, nomeadamente os Millennials e a Geração Z, foram têm uma consciência ambiental mais apurada. Desde cedo que são informadas sobre o impacto do ser humano no meio ambiente, e sobre a importância da descarbonização. Esta consciência e o sentido crítico que lhe está associado tem levado estas mesmas gerações a considerar que não faz sentido investir na aquisição de um bem que, para a sua produção, exige o consumo de recursos naturais do planeta e que durante a sua utilização acaba por poluir o meio ambiente.
Custos elevados
A compra de um veículo implica um investimento elevado. Numa sociedade em que os mais novos têm menor independência financeira e maior custo de vida, o preço de um carro é um luxo difícil de alcançar. Ao valor de aquisição juntam-se ainda os Custos Totais de Utilização, que vão surgindo ao longo da vida útil do automóvel - seguros e impostos, revisões técnicas, combustível, etc. A preocupação ecológica, que referimos no ponto anterior, faz com que os jovens prefiram carros mais ecológicos, como os veículos elétricos. Mas estes têm ainda um custo ainda mais elevado do que os carros tradicionais com motor de combustão.
Transportes públicos
Embora muitas vezes não seja tão conveniente, a utilização dos transportes públicos tem um custo muito mais baixo do que um automóvel. Além disso, nas cidades mais modernas, estas redes de transporte público sofisticaram-se muito. Já garantem uma ampla cobertura geográfica, conforto e eficiência nos horários. É natural, portanto, que sejam uma opção válida ao tráfego intenso e ao tempo perdido no trânsito.
Last Mile
Os sistemas de bicicletas e trotinetas partilhadas são exemplos de novos meios de transporte ligeiros, que vieram substituir a utilização do automóvel em distâncias muito curtas, a chamada ‘Last Mile’. Hoje, para além do transporte público, as cidades criaram ciclovias e outras infraestruturas que facilitam a deslocação em bicicleta ou trotinete. Para curtas distâncias são meios de transporte que já provaram ser mais eficientes do que o automóvel.
Conectividade tecnológica
O avanço das tecnologias, da internet e das redes sociais veio oferecer uma capacidade nunca antes vista. É possível manter o contacto e realizar várias tarefas remotamente, o que elimina muitas vezes a necessidade de deslocação e, consequentemente, a necessidade de ter um veículo para a efetuar.
Flexibilidade
Há muitos benefícios em ter carro próprio, mas a flexibilidade não é um deles. A geração Z foge um pouco dos compromissos habituais, e gosta de sentir flexibilidade. A compra de um carro, além de outras obrigações, acaba por vincular o comprador a um modelo de automóvel que pode deixar de fazer sentido ao seu estilo de vida. O que fazer ao automóvel se, entretanto, me surge uma oportunidade de trabalho noutro país ou continente? O que fazer se decido constituir família ou se a família aumenta?
Os jovens não deixaram de gostar de conduzir, mas as condicionantes que referimos aqui desmotivam-nos a comprar automóveis. A subida na popularidade de modelos como o renting ou de aluguer por subscrição, em vez de propriedade, tal como com serviços destreaming, tem vindo a dar resposta às suas novas necessidades e comportamento de consumo.
A indústria automóvel transformou-se bastante nos últimos anos e de uma maneira convergente com o novo modus operandida geração Z. Contornando a necessidade da compra tradicional, o serviço Renting oferece as condições desejadas destes jovens para poderem usufruir da mobilidade automóvel de acordo com as suas necessidades e princípios. Recentemente, escrevemos também sobre o modelo “Car as a Service”, que funciona através de uma subscrição.