
Europa verde destaca novos players na bolsa
As ações em bolsa das empresas associadas às energias renováveis têm disparado durante este ano, numa altura em que Bruxelas procura acelerar a transição elétrica e antecipar a neutralidade carbónica. Por incrível que pareça, são os fornecedores que lideram esta corrida.
Neste momento, a União Europeia é o líder mundial no que toca a esforços ambientais. Até 2030, é esperado que os Estados-membros reduzam 55% das emissões, em comparação com os níveis de 1990.
Mas esta ambição precisa de regras que a preparem. Nesse sentido foi apresentado um novo pacote legislativo, o Fitfor55, onde constam várias medidas. Entre elas: a tributação dos combustíveis mais poluentes; estabelecimento de metas vinculativas referentes à eficiência energética; encorajamento à transição energética no setor dos transportes; e atribuição de apoios que promovam a inovação e atenuem as repercussões sobre as pessoas em situação mais vulnerável.
Cotação em Bolsa
Perante estas mudanças, que empresas estão mais bem posicionadas para capitalizar os ganhos da transição verde? Além das cotadas do setor das renováveis, há novos players ao longo da cadeia de valor e na mobilidade elétrica a estar atento.
Se até aqui os mercados de capitais têm sido dominados pelas tecnológicas norte-americanas, a partir de agora os investidores passarão a olhar mais para as empresas não americanas que estão a desempenhar um papel notável na descarbonização. Por exemplo, as inúmeras chinesas que apostam na energia solar ou as europeias Vestas Wind e Siemens Gamesa líderes na energia eólica.
Embora estas empresas pareçam os vencedores óbvios, poderá existir dificuldades em prosperar na bolsa, já que o preço da eletricidade verde tenderá a baixar e o custo das matérias-primas a subir.
Segundo vários especialistas, os verdadeiros vencedores na bolsa serão os fornecedores. Por exemplo a alemã do setor químico Wacker Chemie, que é líder no fornecimento de polissilício, um elemento necessário ao fabrico de células solares. Ou a SKF, que se dedica ao fabrico de produtos necessários para a manutenção das turbinas eólicas.
Fora da energia do vento e do sol, há ainda quem considere que serão as empresas de hidrogénio verde quem mais irá capitalizar em bolsa nos próximos anos, uma vez que biomassa continua a crescer. Assim como as fabricantes automóveis como a Tesla e a Volkswagen, através do fabrico de baterias elétricas.
A Europa é afortunada por ser casa para tantas das empresas industriais líderes a nível mundial que beneficiam diretamente da mudança do petróleo para a tecnologia verde