
Crédito ao consumo abranda. Automóveis explicam...
Desde 2013 que não se assistia a uma diminuição tão pronunciada do montante em crédito ao consumo concedido pelos bancos e financeiras.
Este resultado vai de encontro ao travão desejado pelo Banco de Portugal e a derrapagem neste tipo de financiamento é explicada com o financiamento para a compra de automóveis, cujas vendas estão em desaceleração.
Muito além dos alertas do Banco de Portugal, o que fez travar o crédito ao consumo acabaram por ser os automóveis. Os empréstimos para a compra de carro diminuíram 6,32% nos primeiros quatro meses do ano, quando comparados com o mesmo período do ano passado. No total, foram concedidos 910,7 milhões de euros em empréstimos para a aquisição de carro até ao final de abril. Ou seja, menos 61,5 milhões do que no período homólogo.
A maior fatia dessa redução resultou da quebra do financiamento da aquisição de carros novos. Entre janeiro e abril, o crédito com reserva de propriedade e em locação financeira ou ALD para a compra de automóvel ascendeu a 281,9 milhões de euros, uma redução de 45,8 milhões (- 14%), face aos primeiros quatro meses de 2018.
Também nos carros usados, assistimos a uma redução da concessão. Os 628,8 milhões de euros disponibilizados entre janeiro e abril, ficam 15,7 milhões de euros (- 2,4%) aquém do montante verificado no mesmo período de 2018.
As quebras coincidem com um período marcado pela redução das vendas de carros e do número de novos contratos de financiamento para a compra de carro. Segundo a ACAP, nos primeiros quatro meses do ano foram emitidas 80,6 mil matrículas de automóveis ligeiros de passageiros, 4,8% aquém das 84,6 mil verificadas no mesmo período de 2018.
Já o número de contratos de crédito automóvel encolheu 5,3%, para um total de cerca de 65 mil nos primeiros quatro meses do ano.