
Indústrias em 2021: 4 tendências para o setor automóvel
O The Economist publicou o relatório 'Indústrias em 2021', onde constam tendências e previsões para a indústria automóvel. Desde a eletrificação à digitalização dos processos, deixamos-lhe aqui as 4 tendências principais.
1) O futuro é um automóvel elétrico (VE)
A concessão de incentivos governamentais para a neutralidade carbónica, levou não só ao aumento da produção de VEs, mas também ao aumento da procura. Apesar destes veículos representarem apenas 4% das vendas mundiais do setor, o The Economist prevê um crescimento de 37%. Ou seja, cerca de mais 3,4 milhões de unidades vendidas até o final do ano.
Posto isto, na China, os subsídios para veículos elétricos estão a ser eliminados de forma lenta e progressiva. Sobretudo nos automóveis mais caros. Isto porque a China é um dos mercados onde a preocupação ambiental é mais notória, havendo uma grande procura por este tipo de automóveis.
Em simultâneo esta medida irá aliviar a pressão governamental sobre os fabricantes quanto à produção de elétricos. Todavia, esta não é uma decisão com impacto negativo em termos ambientais. As exigências continuarão a existir, quer por parte dos consumidores, quer pelos mercados de importação.
Contudo, nos Estados Unidos, verifica-se uma tendência oposta. Para persuadir os condutores, o Governo repôs os créditos fiscais e forneceu um desconto adicional na compra de elétricos.
Quanto às vendas de veículos a combustão, notou-se um queda adicional. Talvez, devido à grande probabilidade do aumento dos impostos sobre combustíveis e emissões.
2) As tendências de consumo aumentam a venda de comerciais
Impulsionado pelo comércio eletrónico, o aumento dos veículos de entregas irá ultrapassar o dos veículos de passageiros. Prevê-se que as vendas de automóveis comerciais aumente 16%, enquanto que os de passageiros fique pelos 15%. As baixas taxas de juro e as ofertas de financiamento irão também promover a recuperação do segmento nos mercados principais.
"As boas notícias é que se estão a produzir mais veículos de entregas elétricos do que nunca. Por isso, em 2021, não há desculpa para não trocar a carrinha branca por uma carrinha verde. Agora é possível transformar todas as entregas em entregas com zero emissões."
Mark Lovett.
Com o aumento das vendas online e das entregas em casa, prevê-se que haja também uma maior integração dos comerciais elétricos nas frotas.
3) As barreiras de comércio e as tarifas de importação têm impacto na produção
Os Estados Unidos estão prontos para impor fortes tarifas nas peças automóveis importadas da China. O objetivo é encorajar os fabricantes de automóveis a optarem por fornecimentos mais próximos.
Por outro lado, devido ao Brexit, será difícil garantir o acesso a tarifas zero na União Europeia. Uma vez que, os automóveis produzidos no Reino Unido contam com bastantes componentes estrangeiros.
Por fim, uma diminuição do semicondutor global irá também ter um impacto na produção de veículos.
4) A digitalização irá oferecer novas formas de comprar automóveis
Em 2020, praticamente tudo passou a ser feito online. Desde a forma como trabalhamos e socializamos até à forma como compramos. É provável que os condutores se mantenham apreensivos em visitar concessionários em 2021. Por isso, comprar veículos a partir de casa vai ser mais conveniente do que nunca.
De acordo com o The Economist, a partilha de vendas online no mercado geral do setor automóvel irá aumentar até 10%. Cerca de mais 5%, em comparação com 2019.