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Diabetes e condução: 8 Cuidados a ter em conta

4 min de leituraLifestyle
Sim, os diabéticos podem levar uma vida quase normal. No caso de serem condutores, é necessário terem em conta vários cuidados para uma condução em segurança. Fique a saber tudo.
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A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica que afeta a quantidade ou eficácia da insulina produzida pelo corpo, e que necessita de tratamento. Os níveis de açúcar no sangue variam muito mais do que no caso dos não-diabéticos, podendo provocar hipoglicémias e hiperglicémias. Como tal, é necessário que os diabéticos tenham cuidados acrescidos, especialmente se forem conduzir. Se nunca tinha pensado nisto, não se preocupe. Lembramos aqui 8 dicas que os diabéticos devem seguir para uma condução segura - nota: consulte também o glossário no final deste artigo.

1. Meça a glicémia antes de conduzir

Antes de conduzir, é muito importante que faça uma medição para confirmar o estado dos valores da glicémia. É muito importante que esses valores sejam superiores a 90mg/dL. É preferível até que estejam um pouco altos, para evitar que desçam muito rapidamente.

2. Faça paragens e medições frequentes

É importante que faça paragens frequentes para descansar, medir a glicémia e comer. Não se deve passar mais do que duas ou três horas sem se alimentar, e as paragens devem ser mais frequentes que isso. Se for possível, viaje com um passageiro que esteja apto para assumir o papel de condutor. Isto é especialmente importante no caso de não conhecer o seu corpo ou de já sentir menos sintomas no caso de hipoglicémias - algo comum em quem tem Diabetes há muito tempo. É também boa ideia registar ou fotografar as medições feitas, caso seja necessário comprovar as mesmas.

3. Pare ao mínimo sinal de problemas

É importante saber reconhecer os sinais do seu corpo. Se sentir tonturas, tremores ou outros sintomas, não conduza. Se estiver a conduzir, não hesite em parar o carro. Confie no seu instinto e nunca assuma que está tudo bem. Faça sempre medições para confirmar.

4. Tenha açúcar e snacks à mão

No caso de ser hora de comer, ou se tiver hipoglicémias, é importante que tenha comida que contenha hidratos de carbono num local acessível para consumir imediatamente. A hidratação também é muito importante.

5. Utilize um sensor contínuo de glicémia com alarmes, se possível

Estes sensores não só permitem medições mais convenientes como oferecem a opção de ter alarmes para oscilações excessivas nos valores da glicémia (hipoglicémia e hiperglicémia).

6. Evite as altas temperaturas

As altas temperaturas podem ser perigosas para o seu bem-estar. Afetam a sensibilidade à insulina e, portanto, podem provocar oscilações maiores nos valores de açúcar no sangue. As altas temperaturas também podem alterar o estado da insulina e de outros medicamentos, fazendo com que estes não tenham o efeito pretendido.

7. Viaje com algo que o identifique como diabético

É importante que alguém que o ajude ou acompanhe saiba da sua condição. Existem vários acessórios, como colares, pulseiras e cartões, que podem ajudar com esta identificação em caso de emergência. Poderá também ser boa ideia ter essa informação visível no próprio carro.

8. Cumpra o código da estrada

Segundo a lei, os diabéticos condutores têm de demonstrar um bom controlo da sua condição, sem mais de duas hipoglicémias graves (situação em que se necessita da assistência de terceiros) no espaço de um ano e conhecimento suficiente de como gerir a Diabetes. Em situações de hipoglicémias recorrentes ou risco de indução das mesmas, o diabético é inapto para conduzir, exceto no caso de apresentação de avaliação clínica favorável.

O código da estrada prevê também que os diabéticos, no que toca à emissão ou renovação do título de condução, apresentem relatórios médicos para comprovar o seu estado de saúde. Se forem do Tipo 1, com a periocidade de cinco anos, e, se forem do Tipo 2, com a periodicidade de três anos. A validade do título deve coincidir com os prazos de reinspeção.

Está na mão de todos os cidadãos terem uma condução responsável. No caso das pessoas com Diabetes deverão ainda ser acrescentados alguns cuidados, mas estes não as impedem de levar uma vida normal. Desejamos-lhe viagens seguras!

Glossário

Diabetes Mellitus (Tipo 1) - doença metabólica autoimune caracterizada por uma insuficiência parcial ou total de produção de insulina. Requer injeções frequentes de insulina e não tem cura.

Diabetes Mellitus (Tipo 2) - doença metabólica caracterizada por uma resistência à insulina do corpo. Requer medicação ou injeções de insulina, e pode ser revertida.

Insulina- hormona libertada pelo pâncreas que permite a entrada da glucose nas células. No caso dos diabéticos, existe uma deficiência desta hormona e é injetada uma versão sintetizada. Glicémia - concentração de açúcar no sangue (mg/dL).

Glucómetro - aparelho que mede o valor da glicémia.

Glucose - hidrato de carbono de absorção rápida (açúcar).

Hidratos de Carbono - compostos orgânicos indispensáveis para fornecer energia às células. Podem ser de absorção rápida, como o açúcar e doces, ou de absorção lenta, como o pão, massa, arroz e cereais.

Hiperglicémia- queda excessiva do valor da glicémia, normalmente abaixo de 70mg/dL. Pode causar tremores, tonturas, perda de consciência e até morte.

Hipoglicémia - subida excessiva do valor da glicémia, normalmente acima de 200mg/dL duas horas após a refeição. Pode provocar sede intensa, vómitos, cansaço extremo, perda de peso e até cetoacidose diabética.

Publicado a 28 de junho de 2022
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28 de junho de 2022
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