Conectividade Automóvel: Venha ver como vai ser o futuro

4 min de leituraInovação
A conectividade tomou conta das nossas vidas. Como já o podemos testemunhar, nos automóveis que conduzimos, também já tomou conta da mobilidade. Mas o que vem por aí vai muito mais além do que conectar o smartphone para ouvir um podcast no Spotify enquanto conduz. É muito mais do que isso.
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Todos nós, sobretudo os aficionados da mobilidade e dos automóveis, já ouvimos falar da conectividade entre veículos. É um dos temas do momento e não há dúvidas que o futuro da mobilidade e das cidades vai passar por esta conectividade. Sim, estamos todos ávidos por saber o que aí vem, mas importa entender alguns conceitos que são o ponto de partida. É que um veículo conectado caracteriza-se por estar conectado com uma rede externa, seja um smartphone ou internet. Esta conectividade permite aos condutores e passageiros comunicarem com o carro ainda que possam estar longe deste. Esta ligação - à distância - permite, por exemplo, ligar o rádio, acionar o sistema de ar condicionado ou receber atualizações de trânsito.

5G para maior conectividade

É certo que também já ouviu falar do 5G e de como esta tecnologia poderá ter um enorme impacto na mobilidade. Desde logo, o G5 torna os veículos um hub integrado totalmente conectado, inclusive com os demais veículos em circulação. É verdade, a denominada tecnologia Vehicle-to-Vehicle (V2V) oferece uma comunicação entre veículos. Estes podem partilhar entre si informações vitais da viagem, tais como as condições de trânsito, limites de velocidade ou alertas sobre as condições de determinado troço de estrada.

Como é natural, os fabricantes de automóveis estão atentos e a trabalhar ativamente no desenvolvimento de tecnologia que permita ir mais além e oferecer veículos ainda mais inovadores. Nesse sentido, têm estabelecido parcerias com empresas tecnológicas, especializadas no desenvolvimento de softwares de alta performance, que estão a mudar o rosto da indústria automóvel. Estas tecnologias incluem inteligência artificial e V2X, o que permitirá aumentar os níveis de segurança, eficiência e elevar a experiência de condução. Um carro conectado conta com três pilares distintos: infotainment, telemática e infraestrutura.

O futuro ao virar da esquina

Quando se fala de conectividade e tecnologia, pensamos sempre que se trata de cenários futuristas. Mas não é bem assim. Até 2025, espera-se que mais de 75% dos carros vendidos estejam conectados. Sim, é muito provável que o seu próximo automóvel esteja totalmente conectado com o seu smartphone, com acesso à internet e à cloud. Mais, daqui a pouco tempo, o acesso à Internet será tão importante quanto a eficiência de combustível ou a potência do motor.

A conectividade também está na base dos veículos autónomos. Como já referimos, noutros artigos publicados neste blog, um veículo totalmente autónomo (de nível 5) será capaz de transportar uma pessoa até ao destino, sem a intervenção do condutor. No interior do veículo estará presente todo o entretenimento, informação e conectividade que poderia facilmente ter em sua casa ou escritório. É claro, tal como também já explicamos, a vulgarização do Nível 5 de condução autónoma é ainda uma miragem.

Ainda que o carro não seja totalmente autónomo, o condutor poderá estar conectado com o mundo exterior por via de uma plataforma de cockpit digital, enquanto os sensores posicionados ao redor do carro criam uma envolvente de segurança em torno do habitáculo. As tecnologias Vehicle-to-Vehicle(V2V) e Vehicle-to-Infrastructure(V2I) permitem que o carro se comunique com outros carros e infraestruturas, como os semáforos. A velocidade do veículo e a distância para outros veículos podem ser ajustadas imediatamente em resposta às condições da estrada. O reconhecimento de voz permite que os motoristas se comuniquem com um assistente pessoal virtual para agendar reuniões e enviar mensagens de texto sem tirar as mãos do volante, enquanto o sistema de navegação do veículo orienta o carro no trânsito. Tudo está ao alcance do seu comando.

Interfaces de Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) também desempenhará um papel fundamental nesta comunicação à distância, transformando dados em ação. Com a crescente utilização de sensores e outras tecnologias de recolha de dados, a IA será fundamental para interpretar tanta informação. A IA também será fundamental para os principais programas de assistência ao condutor, como por exemplo, um sistema de navegação inteligente que poderá identificar e alertar o condutor sobre pedestres e outros obstáculos, como carros parados na faixa de rodagem.

Conectividade V2V melhora a comunicação no trânsito

A tecnologia V2V, como o nome indica, permite que os veículos “conversem entre si”, compartilhando dados sobre velocidade, condições da estrada e outros fatores. V2V combinado com V2l, possibilitará a comunicação entre os veículos, bem como a infraestrutura, como semáforos inteligentes. O benefício imediato é que ajudará a elevar a segurança rodoviária. A longo prazo, pode ajudar a reduzir o congestionamento do tráfego e contribuir para um ambiente mais sustentável. Espera-se que todos os carros novos nas estradas tenham a tecnologia V2V instalada até 2023 e que a tecnologia V2X siga logo em seguida.

Tecnologia Brain-to-Vehicle

Pode parecer-lhe ficção científica, mas a tecnologiaBrain-to-Vehicle (B2V) recorre a um dispositivo para medir a atividade das ondas cerebrais. Estas são analisadas pelos sistemas autónomos do veículo e usadas para prever os comportamentos dos motoristas. Embora a generalização da tecnologia B2V ainda esteja longe, a CES 2020 apresentou uma impressionante variedade de produtos que dependem de ondas cerebrais para operar. Esses dispositivos conectados oferecem esperança para o futuro do setor automóvel.

A tecnologia B2V pode não ser para todos. Num veículo equipado com o sistema B2V da Nissan, os condutores usam um auscultador de ouvido com elétrodos que pressionam diretamente o couro cabeludo. As previsões apontam para que o aplicativo B2V possa ajudar os motoristas a evitar acidentes causados por mudanças bruscas de faixa de rodagem e outras práticas de condução inseguras.

Como vemos, a conectividade é um mundo e as possibilidades de desenvolvimento são infindáveis. Seja qual for o grau de profundidade, o que parece certo é que vai fazer parte dos nossos automóveis. Dos atuais e dos que vêm por aí nos próximos anos. E porque a inovação é imprevisível, seguramente que vamos voltar a este tema aqui mesmo, no seu blog de mobilidade preferido.

Publicado a 19 de julho de 2022
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