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Mobilidade Elétrica: Todos os dados da evolução na Europa e em Portugal

5 min de leituraGestão de frotas
Anda atento à evolução da mobilidade eléctrica em Portugal e na Europa? Então não perca as principais conclusões do EV Readiness Index, que a LeasePlan Corporation acabou de publicar. Os dados são muito interessantes e não podem escapar aos gestores de frotas.
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Para quem gosta de estar a par da evolução da mobilidade elétrica (ME), na Europa e no nosso país, o EV Readiness Index, da LeasePlan, publicado anualmente, é uma leitura incontornável. Neste artigo, vamos olhar sobretudo para os destaques de um trabalho que envolveu durante meses as equipas de investigação e consultoria da LeasePlan.

E para começar, fica aqui um enquadramento. Tal como nos anos anteriores, foram analisados vários fatores relacionados com o grau de maturidade dos diferentes países da Europa, para se conseguir perceber qual dos mercados está mais bem preparado para apoiar e acelerar a importantíssima transição para a ME. Os três principais fatores avaliados foram:

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Parabéns Noruega. É verdade, tendo em conta os parâmetros descritos, este país escandinavo lidera o ranking Europeu…e pelo terceiro ano consecutivo! Os VE representam já 89% dos novos registos de automóveis na Noruega, ainda que os incentivos por parte do governo estejam a ser eliminados. Sim, leu bem: 89%. Depois, os Países Baixos surgem em segundo lugar.

“Os VE representam já 89% dos novos registos de automóveis na Noruega, ainda que os incentivos por parte do governo estejam a ser eliminados".

No topo da lista, tudo na mesma. Apesar de não haver muitas mudanças nos lugares cimeiros desta lista, na edição de 2023, existem várias tendências que interessa espreitar. Desde logo, os países do segmento médio estão a aproximar-se rapidamente dos lugares de liderança, com apenas quatro pontos entre as posições #3 (detidas conjuntamente pelo Reino Unido, Áustria, Suécia e Luxemburgo) e #12 (Portugal). Em segundo lugar, tanto a maturidade do mercado de VE quanto da infraestrutura aumentaram significativamente: no geral, 19% e 43%, respectivamente. Em terceiro, observa-se uma melhoria geral no grau de preparação para a transição para a ME em toda a Europa -, com um total de 72 pontos adicionais, ganhos pelos 22 países em relação ao ano anterior. A Alemanha e a França, grandes países europeus e ambos em 10º lugar, aumentaram a maturidade da sua infraestrutura de carregamento em 3 e 4 pontos adicionais, respectivamente - um passo crucial nas transições para VE de ambos os países.

Importa esclarecer os leitores, que os pontos no índice são calculados pela ponderação de vários indicadores-chave de desempenho (KPI) em cada fator. Cada KPI recebe um número máximo de pontos e uma ponderação percentual. Para obter uma lista completa e explicação, consulte a página quatro do índice

"A Alemanha e a França (ambos em 10º lugar) aumentaram a maturidade de sua infraestrutura de carregamento em 3 e 4 pontos adicionais, respectivamente - um passo crucial nas transições para VE de ambos os países".

No que diz respeito ao TCO tVEe regista-se um resultado menos positivo em 2023. Apenas a Hungria e a República Checa foram excepções e registaram uma melhoria significativa face aos anos anteriores. No geral, a acessibilidade caiu 6%, principalmente como resultado do aumento dos preços da energia na Europa durante o ano passado. No entanto, alguns países - como Áustria, República Checa e Itália - melhoraram os incentivos financeiros oferecidos aos condutores de VE ao longo do ano.

Enquanto isso, apesar da melhoria significativa, a infraestrutura de carregamento é ainda apontada como o maior entrave à transição para os VE. Enquanto alguns países – França, Dinamarca, Eslováquia e Espanha – fizeram avanços notáveis em 2022, foi esta categoria que uma vez mais recebeu as pontuações mais baixas no Índice agora tornado público pela LeasePlan.

O alpinista do ano também é escandinavo e chama-se Dinamarca. É verdade, o prémio de maior melhoria vai até Copenhaga! É que este país deu um salto de oito pontos na sua preparação para a ME, quando comparamos com os dados de 2022. Passou de um mediano 11º lugar para 7º do ranking. Esse sucesso foi impulsionado por melhorias na infraestrutura e maturidade do mercado.

A propósito deste salto na tabela classificativa, vale a pena ler as palavras de Michael Olsen, Diretor Geral da LeasePlan Dinamarca:

"É ótimo ver que os esforços feitos na infraestrutura como na maturidade geral do mercado surtiram efeito. O número de postos de carregamento públicos aumentou significativamente em linha com a entrada de novos fornecedores de carregamento. Especialmente nas grandes cidades, o número de pontos de carregamento públicos é importante para a maturidade geral do mercado. Se for conveniente para os utilizadores, é mais provável que façam a mudança para VE. Estou convencido que vimos apenas o “topo do iceberg” na Dinamarca, pois o número de novos fornecedores de carregamento aumentará ainda mais e a situação de entrega em VE melhorará no próximo período."

Olhar para o futuro. O EV Readiness Index é muito mais do que apenas uma classificação dos países. O estudo disponibiliza dados detalhados sobre as principais métricas relacionadas com mercados, infraestrutura e TCO, o que pode ajudar os gestores de frota a tomar decisões mais informadas sobre a eletrificação das suas frotas.

Por exemplo, apesar do TCO ter sofrido alguns agravamentos em 2022, os VE continuam a ser mais económicos do que os veículos a combustão comparáveis. E essa é apenas uma das razões pelas quais, mais cedo ou mais tarde, as empresas e os gestores de frota vão estar ao volante de VE.

Aos custos mais atraentes, podemos acrescentar outros benefícios proporcionados pelos VE. Desde logo, desenvolvimentos impressionantes de novas tecnologias ao nível das baterias, deixando a autonomia de ser uma preocupação. Também há uma maior disponibilidade de modelos, à medida que os fabricantes priorizam a sua produção, e níveis de satisfação mais altos por parte dos condutores de VE, aspecto que certamente não deve escapar aos gestores de frotas.

A sustentabilidade, pois claro. Este tópico também é fundamental e é destacado pelo estudo. As empresas que não adotam a ME têm menos probabilidade de conseguir acompanhar a crescente pressão regulatória e social para reduzir as suas emissões. Por sua vez, isso coloca em risco a própria continuidade dos negócios – se, por exemplo, os clientes recorrerem a outros fornecedores ou os veículos forem impedidos de entrar em zonas de baixa emissão. Portanto, não precisamos de uma bola de cristal para nos dizer que não vale a pena correr este risco.

E são estes os destaques do EV Readiness Index que, como já referimos, pode ser consultado na sua versão integral. Para isso, basta descarregar o documento. E quanto a mais novidades, sobre a caminhada europeia na transição para a ME, continue connosco. O tema interessa-nos muito e voltaremos a ele logo que surgirem novidades.

Publicado a 4 de maio de 2023
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4 de maio de 2023
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