Covid-19: cuidados a ter com filtro de partículas diesel

2 min de leituraMercado automóvel
O filtro de partículas é uma realidade dos automóveis diesel desde que entrou em vigor a norma Euro 5 (em 2009). Hoje, até os modelos a gasolina já montam um dispositivo semelhante (embora mais simples e menos delicado em termos de manutenção e de possibilidade de avaria). Os filtros de partículas diesel (DPF, na sigla em inglês) precisam que o carro circule bastante o que, em período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19, nem sempre é fácil.
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O ideal sempre é que contacte o seu gestor de frotas ou a oficina habitual, mas há alguns truques que podem ajudar a que também o seu automóvel diesel passe pelo presente período em segurança. Os DPF armazenam as partículas nocivas ao ambiente e à saúde humana (e não só), mas têm limite de “armazenamento”, pelo que a meio dessa capacidade ocorrem, de forma automática, regenerações (ou seja, limpeza). Estas ocorrem ao cabo de 400 a 500 km, se o veículo circular em ambiente urbano e estrada, ou a cada 200 km ou menos, se andar mais por cidade essa quilometragem é inferior.

Dois tipos de regeneração

Há dois tipos de regeneração feita pelos filtros, a passiva e ativa. O primeiro ocorre quando o veículo circula em estrada ou autoestrada a uma velocidade mínima de 80 km/h durante 45 a 60 minutos. Com a subida da temperatura do escape e do filtro, surge a incineração das partículas armazenadas no interior do DPF.

O segundo tipo de regeneração (a ativa) acontece quando não é possível fazer o primeiro. A regeneração ativa. Também aqui é necessário acontece quando o veículo estiver a circular em estrada a uma velocidade de 65 km/h durante um mínimo de 15 minutos. Nesse cenário, o motor injeta mais gasóleo para incrementar a temperatura do filtro de partículas, destruindo, desse modo, as partículas acumuladas.

O problema é se o automóvel não cumpre distâncias suficientes para fazer sequer a regeneração ativa, como no atual período de recomendação de confinamento. O facto do motor nunca conseguir atingir a temperatura ideal de funcionamento leva a que não haja condições de realizar a regeneração (passiva ou ativa) ou começá-las, mas estes serem interrompidas antes de estar completas. Isso faz com que o filtro funcione mais vezes mais próxima da capacidade máxima de partículas de fuligem, podendo começar a obstruir a passagem dos gases de escape.

Acontece que, no limite, isso originar a avaria do DPF. Este componente tem reparações que podem ser dispendiosas, podendo, mesmo haver a necessidade de substituição. Os filtros já foram mais caros e, diga-se, mais suscetíveis de avaria, mas ainda podem dar dissabores aos clientes, dado que o seu custo varia entre mil e quatro mil euros, consoante o motor e marca.

Dica para regeneração em menos distância

Um “truque” de conseguir a regeneração mesmo em período de limitação à circulação automóvel é “enganar” o sistema. Nos casos em que o sistema não reconhece qual a velocidade engrenada (sim, há alguns que reconhecem, em vez de circular em sexta velocidade (ou quinta, nos motores com caixa de cinco marchas acoplada), deixe a viatura rolar em quarta ou quinta, elevando, desse modo, a rotação e o aquecimento do motor. Isso pode permitir que num período inferior aos já referidos 15 minutos ocorra a necessária regeneração do DPF.

Não obstante esta dica, repetimos que importa sempre contactar o gestor de frota ou a oficina para obter mais esclarecimentos para o seu automóvel. Até porque a boa manutenção do veículo (os lubrificantes têm aqui um papel essencial) é muito importante neste particular.

Publicado em {data}
6 de agosto de 2020
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